quarta-feira , 9 julho 2025
Home Educação Dívida Pública sobe 0,22% em março e supera R$ 7,5 trilhões
Educação

Dívida Pública sobe 0,22% em março e supera R$ 7,5 trilhões

28
divida-publica-sobe-0,22%-em-marco-e-supera-r$-7,5-trilhoes

Pela primeira vez na história, a Dívida Pública Federal (DPF) ultrapassou a marca de R$ 7,5 trilhões, impulsionada pelos juros. Segundo números divulgados nesta quarta-feira (30) pelo Tesouro Nacional, a DPF passou de R$ 7,492 trilhões em fevereiro para R$ 7,508 trilhões no mês passado, alta de 0,22%.

Em junho do ano passado, o indicador superou pela primeira vez a barreira de R$ 7 trilhões. Mesmo com a alta em março, a DPF continua abaixo do previsto. De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), apresentado no início de fevereiro, o estoque da DPF deve encerrar 2025 entre R$ 8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões.

A Dívida Pública Mobiliária (em títulos) interna (DPMFi) subiu 0,29%, passando de R$ 7,178 trilhões em fevereiro para R$ 7,199 trilhões em março. No mês passado, o Tesouro resgatou R$ 52,99 bilhões em títulos a mais do que emitiu, principalmente em papéis atrelados à Taxa Selic (juros básicos da economia). No entanto, a redução do estoque de títulos foi compensada pela apropriação de R$ 74,09 bilhões em juros.

Por meio da apropriação de juros, o governo reconhece, mês a mês, a correção dos juros que incide sobre os títulos e incorpora o valor ao estoque da dívida pública. Com a Taxa Selic (juros básicos da economia) em 14,25% ao ano, a apropriação de juros pressiona o endividamento do governo.

No mês passado, o Tesouro emitiu R$ 133,112 bilhões em títulos da DPMFi. Com o alto volume de vencimentos em março de títulos corrigidos pela Selic, os resgates somaram R$ 186,102 bilhões.

A Dívida Pública Federal externa (DPFe) caiu 1,53%, passando de R$ 314,34 bilhões em fevereiro para R$ 309,54 bilhões em março. O principal fator foi a queda de 1,53% do dólar no mês passado.

Colchão

Após uma recuperação em fevereiro, o colchão da dívida pública (reserva financeira usada em momentos de turbulência ou de forte concentração de vencimentos) caiu levemente. Essa reserva passou de R$ 889 bilhões em fevereiro para R$ 869 bilhões no mês passado. O principal motivo, segundo o Tesouro Nacional, foi o forte resgate líquido (resgate menos emissões) no mês passado.

Atualmente, o colchão cobre 6,72 meses de vencimentos da dívida pública. Nos próximos 12 meses, está previsto o vencimento de R$ 1,404 trilhão em títulos federais.

Composição

Com o forte vencimento de títulos corrigidos pelos juros básicos, a composição da DPF mudou. A proporção dos papéis atrelados à Selic caiu de 47,77% em fevereiro para 46,38% em março. O PAF prevê que o indicador feche 2025 entre 48% e 52%. Esse papel está atraindo o interesse dos compradores por causa das recentes altas da Taxa Selic.

A fatia dos papéis prefixados (com rendimento definido no momento da emissão) subiu de 20,54% em fevereiro para 21,51%% em março. O PAF prevê que o indicador feche 2025 entre 19% e 23%.

Normalmente, os papéis prefixados indicam mais previsibilidade para a dívida pública, porque as taxas são definidas com antecedência. No entanto, em momentos de instabilidade no mercado financeiro, as emissões caem porque os investidores pedem juros muito altos, que comprometeriam a administração da dívida do governo.

A fatia de títulos corrigidos pela inflação na DPF subiu, passando de 27,51% para 28,01%. O PAF prevê que os títulos vinculados à inflação encerrarão o ano entre 24% e 28%.

Composto por antigos títulos da dívida interna corrigidos em dólar e pela dívida externa, o peso do câmbio na dívida pública passou de 4,18% para 4,11%. A dívida pública vinculada ao câmbio está dentro dos limites estabelecidos pelo PAF para o fim de 2025, entre 3% e 7%.

Prazo

O prazo médio da DPF subiu de 4,08 para 4,12 anos. O Tesouro só fornece a estimativa em anos, não em meses. Esse é o intervalo médio em que o governo leva para renovar (refinanciar) a dívida pública. Prazos maiores indicam mais confiança dos investidores na capacidade do governo de honrar os compromissos.

Detentores

As instituições financeiras seguem como principais detentoras da Dívida Pública Federal interna, com 30,5% de participação no estoque. Os fundos de pensão, com 24,1%, e os fundos de investimento, com 21,5%, aparecem em seguida na lista de detentores da dívida.

Com o aumento da instabilidade no mercado externo, a participação dos não residentes (estrangeiros) caiu de 9,7% em fevereiro para 9,6% em março. Em novembro, o percentual estava em 11,2% e tinha atingido o maior nível desde fevereiro de 2018, quando a fatia dos estrangeiros na dívida pública estava em 11,2%. Os demais grupos somam 14,3% de participação.

Por meio da dívida pública, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores para honrar compromissos financeiros. Em troca, compromete-se a devolver os recursos depois de alguns anos, com alguma correção, que pode seguir a taxa Selic (juros básicos da economia), a inflação, o dólar ou ser prefixada (definida com antecedência).

Escrito por
Agência Brasil

Jornalista com vasta experiência em comunicação pública, atuando na cobertura de temas políticos, sociais e econômicos. Trabalha na Agência Brasil, comprometido em fornecer informações claras e precisas para a sociedade brasileira.

Deixe um comentário

Deixe um comentário

Artigos relacionados

Cesta básica tem custo menor em 11 capitais, mostra Dieese

A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, feita pelo Departamento Intersindical...

Brasileiros sacaram R$ 315 milhões em valores a receber em maio

Os brasileiros sacaram, em maio, R$ 315 milhões em valores esquecidos no...

Fórum econômico discute novas parcerias entre Brasil e Índia

Com o objetivo de acelerar a integração comercial entre o Brasil e...

Produção de veículos cresce 7,8% no primeiro semestre, diz Anfavea

A produção de veículos registrou alta de 7,8% no primeiro semestre de...